quarta-feira, 3 de abril de 2024 11:30
Ao rodarem repetidamente pelos trilhos, as rodas dos trens sofrem um inevitável desgaste na superfície. Se não for devidamente controlado, esse desgaste pode gerar a fadiga do material, ou seja, o seu enfraquecimento progressivo até produzir trincas que se propagam na roda. Essa situação aumenta os riscos à segurança e os custos de manutenção e operação do transporte ferroviário e, portanto, deve ser evitada.
Diante das diversas variáveis envolvidas no sistema de rodagem, a simulação computacional vem sendo uma ferramenta essencial para estudar esse sistema, pois pode fornecer informações sobre condições difíceis, quando não impossíveis, de serem avaliadas no mundo real. Um trabalho nacional nessa área, realizado na UFES e na UNICAMP, foi recentemente publicado na revista internacional Wear. O trabalho teve participação de Cherlio Scandian, pesquisador do Instituto Nacional de Engenharia de Superfícies (INES).
Os autores fizeram uso de simulações computacionais para relacionar resistência ao rolamento, pressão, fadiga, dentre outros fatores, com o desgaste da banda de rodagem – superfície mais externa da roda, que entra em contato direto com o trilho. Dessa forma, foi possível compreender a influência da perda de material na geração de fissuras e trincas. O trabalho também avaliou possíveis estratégias de manutenção, relacionando-as com critérios de segurança e de consumo de combustível (embora não tenham sido encontradas relações entre desgaste da banda de rodagem e gasto de combustível).
Dentre as conclusões, para a segurança e otimização dos processos de manutenção, a pesquisa sugere um limite de profundidade de desgaste da banda de rodagem das rodas ferroviárias. Tal critério viabiliza a elaboração de planos eficazes de manutenção do componente para prevenção de danos mais severos no transporte ferroviário.
As informações completas podem ser acessadas no artigo científico disponível em https://doi.org/10.1016/j.wear.2023.204735.
Contato do pesquisador do INES que participou da pesquisa: cherlio@hotmail.com.
Fonte: Gerência de Comunicação do Instituto Nacional de Engenharia de Superfícies
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